E o verão que passou foi bem diferente, já verão. Tradicionalmente, o estio é a minha época baixa: faz demasiado calor, os dias são longos e a luz é péssima. É ótimo para ir à praia, dar um mergulho no rio, almoçar à sombra de amieiros ou ir até à Islândia, se o dinheiro deixar. Mas para a fotografia, ao menos nas latitudes ibéricas, não é uma estação por aí além.
Agosto passado, porém, foi uma exceção naquilo que costuma ser o meu trabalho. A câmara de Bragança perguntou-me se eu aceitaria cobrir as Festas da Cidade. E se é certo que não é de todo o meu registo habitual, também é verdade que nunca fechei portas a novas experiências.
Comecei pela Festa da História (uma encenação da época medieval) e acabei numa procissão religiosa pelas ruas da cidade. Pelo meio ficaram concertos ao vivo de Roberto Leal e Tony Carreira, mas também de Amor Electro, Quinta do Bill e muitos outros. Habituei-me a fotografar de tampões nos ouvidos, a potenciar resultados com luzes erráticas e imprevisíveis, a antecipar o movimento das multidões, a calcular o momento do disparo no silêncio da missa. E assim se dá um passo em frente na nossa contínua aprendizagem.
O ponto alto? O concerto do Tony Carreira... nunca tive tanta gente a gritar o meu nome! (“Toni”... é assim que a família e alguns amigos também me chamam).