Agora que o Natal está aí à porta, e no cabaz de presentes surgirão seguramente ideias de câmaras fotográficas, objetivas ou qualquer outro equipamento relacionado com a imagem, importa repensar aquilo que fazemos com estas fantásticas ferramentas.
Da minha experiência nos passeios fotográficos e nos workshops, continuo a verificar, com certa pena, que o equipamento é ainda uma barreira limitadora para muitas pessoas. Muitas vezes, não há nada de errado com a câmara, nem tão-pouco com o fotógrafo; é apenas uma daquelas situações em que o diálogo entre um e outro não acontece porque a escolha da câmara não foi a melhor ou porque o fotógrafo não dedicou tempo suficiente a conhecer o seu funcionamento. E como sem diálogo não há magia, os resultados teimam em ficar aquém das expectativas.
Mas as boas surpresas também acontecem. Quando um grupo de pessoas com o mesmo gosto pela fotografia se junta num local inspirador, há uma espécie de energia positiva que propicia os resultados – mesmo por parte daqueles que não estavam à espera de ver algo extraordinário aparecer no ecrã da sua máquina. Isto não tem nada de místico... mais do que energia, é sinergia.
De repente, tudo passa a fazer sentido: as aberturas e as velocidades, o equilíbrio de brancos e a compensação da exposição, a escolha de uma grande-angular, uma macro ou um tripé. E se dúvidas houvesse, vejam a pequena seleção que saiu do último Outono em Montesinho
Se há coisa que me dá prazer nestes passeios, é partilhar com os participantes as minhas últimas descobertas. Raramente me acomodo àquilo que conheço de um certo local, porque estou bem consciente que a novidade é o melhor catalisador da criatividade. Por isso, continuo a achar que vale a pena percorrer uns bons quilómetros nas vésperas de cada passeio, em busca de bons locais e boas oportunidades para depois os dar a conhecer a outros olhares. Cada cogumelo, cada curva de rio, cada lameiro onde o gelo se forma contam para uma fotografia verdadeiramente original – porque não há dois outonos, dois invernos, duas primaveras ou dois verões exatamente iguais.
Em resumo: tudo o que precisa para se sentir realizado na arte fotográfica é uma câmara bem ajustada ao seu estilo – mais ou menos hi-tec, mais ou menos leve - e sítios suficientemente estimulantes para dar asas à criatividade. A primeira parte está sobretudo nas suas mãos; quanto à segunda, prometo continuar a dar uma ajuda.
Veja as próximas propostas no programa de inverno e na agenda.
Feliz Natal e Bom Ano